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Quando o governo de Minas Gerais resolveu implementar um projeto para informatizar todas as escolas de sua rede, em 2004, a tarefa não poderia ser fácil: o Estado é o maior em número de municípios no Brasil − são 853 no total −, e cerca de 4 mil escolas teriam de ser conectadas. Hoje, três editais e quatro anos depois, é exatamente isso que está acontecendo, com o projeto Escolas em Rede em fase de finalização, abrangendo 2,5 milhões de alunos e 180 mil professores.
A iniciativa surgiu na Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais e tem a Metasys, empresa com base em Belo Horizonte (MG), como implementadora. Na primeira fase, em um edital lançado em 2004, 800 escolas foram contempladas. Em seguida, remanejamentos de verbas da própria secretaria permitiram o beneficiamento de mais um conjunto de escolas.
Na segunda fase, através de um edital concretizado em 2006, mais de mil novas escolas foram envolvidas na iniciativa. Na terceira e mais recente etapa, outras 1.600 escolas foram contempladas, em edital de 2007, perfazendo um total de quase 4 mil colégios estaduais.
Foco no professor
Toda a estratégia do projeto é focada no professor: é ele quem aprende primeiro a lidar com as novas tecnologias e, depois, passa para o aluno. “As crianças e jovens normalmente têm mais facilidade de aprender coisas relacionadas à tecnologia, e os professores estavam ficando para trás. Por isso, achamos importante privilegiar o educador. Isso muda a posição dele, que se sente mais seguro”, conta o secretário-adjunto de Educação do governo de Minas Gerais, José Antônio Filocre.
Foram desenvolvidos 12 cursos rápidos de informática – têm em média de 40 a 60 horas – que, primeiro, são ensinados aos professores. Estes, por sua vez, passam os conhecimentos para os alunos. Cada escola é obrigada a implantar, no mínimo, dois desses cursos para os alunos. “Em média, os colégios têm disponibilizado seis cursos diferentes”, conta Filocre.
Software livre
As escolas recebem, além de laboratórios de informática − o projeto prevê 15 computadores por escola -−, conjunto de programas pedagógicos para serem utilizados em sala de aula, em todas as disciplinas. “Construímos uma solução que envolve não só todos os softwares de infra-estrutura (sistemas operacionais para servidores e estações de trabalho), como também uma série de programas educacionais, construídos em software livre, selecionados pela nossa equipe”, conta Carlos Alberto Senna de Lima, diretor executivo da Metasys.
A escolha de software livre deveu-se à riqueza de opções. “Enxergávamos o potencial dos programas em software livre. Porém, eles costumam ser riquíssimos em alternativas, mas paupérrimos em soluções. O que fizemos foi justamente unir as duas pontas: pegar a riqueza das ofertas e entregar de forma simples, auto-instalável, para uso por qualquer aluno ou professor da rede pública”, completa Lima, que frisa: “É bom lembrar que a Metasys não produz o conteúdo, mas, sim, monta pacotes de complemento ao processo pedagógico”.
Assim, educadores e estudantes da rede pública estadual de Minas Gerais contam hoje com uma solução que abrange uma centena de programas, escolhidos dentre milhares de opções avaliadas, dentro de um pacote flexível, que pode ser usado de acordo com a necessidade de cada um. É possível selecionar, por exemplo, somente programas destinados à 5ª série. Ou só aqueles que tratam de matemática. E daí por diante. Segundo Lima, algumas cidades e estados já se mostram interessados no projeto e têm procurado a equipe para levar o projeto para outros lugares.
Parceria com a Intel
A Intel foi parceira do projeto no seu início, em 2005, especialmente na parte de treinamento de professores, por meio de seu programa Educação para o Futuro. “Por questões culturais, a secretaria queria fazer um trabalho que envolvesse o treinamento de professores e os motivasse. O foco inicial foi nos professores, antes mesmo dos alunos, que costumam, inclusive, aprender mais rapidamente novidades tecnológicas”, explica Lima. Além disso, a multinacional também apoiou o projeto produzindo o vídeo abaixo, de divulgação.
Depois de tantas fases, parceiros e implementações, era preciso entender o efeito da iniciativa. Assim, para medir o impacto de todo esse trabalho, o Escolas em Rede conta com ferramentas de avaliação. O sistema avaliador coleta todo e qualquer dado de uso dos laboratórios de informática escolares (sites mais acessados, tempo de utilização, momentos de maior tráfego no dia) e consolida, através de cruzamentos de informações, em indicadores.
Estes, por sua vez, foram construídos por pesquisadores especializados, contratados pela Secretaria de Educação. “É importante esse tipo de avaliação, para validar o investimento com dados práticos, para mostrar o que representou de melhoria para a qualidade de ensino”, resume Lima.
“Há dez anos tentamos um projeto diferente de ensino de informática nas escolas. Para isso, contratamos professores especializados. Na prática, eles acabavam ficando isolados e os demais professores não se envolviam no processo. O ensino não era transversal”, lembra o secretário-adjunto de Educação do governo de Minas Gerais.
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Por que ser uma Cidade Digital » Experiências de sucesso » Uma rede de escolas, professores e tecnologia
Uma rede de escolas, professores e tecnologia em Minas Gerais
projeto Escolas em RedeQuando o governo de Minas Gerais resolveu implementar um projeto para informatizar todas as escolas de sua rede, em 2004, a tarefa não poderia ser fácil: o Estado é o maior em número de municípios no Brasil − são 853 no total −, e cerca de 4 mil escolas teriam de ser conectadas. Hoje, três editais e quatro anos depois, é exatamente isso que está acontecendo, com o projeto Escolas em Rede em fase de finalização, abrangendo 2,5 milhões de alunos e 180 mil professores.
A iniciativa surgiu na Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais e tem a Metasys, empresa com base em Belo Horizonte (MG), como implementadora. Na primeira fase, em um edital lançado em 2004, 800 escolas foram contempladas. Em seguida, remanejamentos de verbas da própria secretaria permitiram o beneficiamento de mais um conjunto de escolas.
Na segunda fase, através de um edital concretizado em 2006, mais de mil novas escolas foram envolvidas na iniciativa. Na terceira e mais recente etapa, outras 1.600 escolas foram contempladas, em edital de 2007, perfazendo um total de quase 4 mil colégios estaduais.
Foco no professor
Toda a estratégia do projeto é focada no professor: é ele quem aprende primeiro a lidar com as novas tecnologias e, depois, passa para o aluno. “As crianças e jovens normalmente têm mais facilidade de aprender coisas relacionadas à tecnologia, e os professores estavam ficando para trás. Por isso, achamos importante privilegiar o educador. Isso muda a posição dele, que se sente mais seguro”, conta o secretário-adjunto de Educação do governo de Minas Gerais, José Antônio Filocre.
Foram desenvolvidos 12 cursos rápidos de informática – têm em média de 40 a 60 horas – que, primeiro, são ensinados aos professores. Estes, por sua vez, passam os conhecimentos para os alunos. Cada escola é obrigada a implantar, no mínimo, dois desses cursos para os alunos. “Em média, os colégios têm disponibilizado seis cursos diferentes”, conta Filocre.
Software livre
As escolas recebem, além de laboratórios de informática − o projeto prevê 15 computadores por escola -−, conjunto de programas pedagógicos para serem utilizados em sala de aula, em todas as disciplinas. “Construímos uma solução que envolve não só todos os softwares de infra-estrutura (sistemas operacionais para servidores e estações de trabalho), como também uma série de programas educacionais, construídos em software livre, selecionados pela nossa equipe”, conta Carlos Alberto Senna de Lima, diretor executivo da Metasys.
A escolha de software livre deveu-se à riqueza de opções. “Enxergávamos o potencial dos programas em software livre. Porém, eles costumam ser riquíssimos em alternativas, mas paupérrimos em soluções. O que fizemos foi justamente unir as duas pontas: pegar a riqueza das ofertas e entregar de forma simples, auto-instalável, para uso por qualquer aluno ou professor da rede pública”, completa Lima, que frisa: “É bom lembrar que a Metasys não produz o conteúdo, mas, sim, monta pacotes de complemento ao processo pedagógico”.
Assim, educadores e estudantes da rede pública estadual de Minas Gerais contam hoje com uma solução que abrange uma centena de programas, escolhidos dentre milhares de opções avaliadas, dentro de um pacote flexível, que pode ser usado de acordo com a necessidade de cada um. É possível selecionar, por exemplo, somente programas destinados à 5ª série. Ou só aqueles que tratam de matemática. E daí por diante. Segundo Lima, algumas cidades e estados já se mostram interessados no projeto e têm procurado a equipe para levar o projeto para outros lugares.
Parceria com a Intel
A Intel foi parceira do projeto no seu início, em 2005, especialmente na parte de treinamento de professores, por meio de seu programa Educação para o Futuro. “Por questões culturais, a secretaria queria fazer um trabalho que envolvesse o treinamento de professores e os motivasse. O foco inicial foi nos professores, antes mesmo dos alunos, que costumam, inclusive, aprender mais rapidamente novidades tecnológicas”, explica Lima. Além disso, a multinacional também apoiou o projeto produzindo o vídeo abaixo, de divulgação.
Depois de tantas fases, parceiros e implementações, era preciso entender o efeito da iniciativa. Assim, para medir o impacto de todo esse trabalho, o Escolas em Rede conta com ferramentas de avaliação. O sistema avaliador coleta todo e qualquer dado de uso dos laboratórios de informática escolares (sites mais acessados, tempo de utilização, momentos de maior tráfego no dia) e consolida, através de cruzamentos de informações, em indicadores.
Estes, por sua vez, foram construídos por pesquisadores especializados, contratados pela Secretaria de Educação. “É importante esse tipo de avaliação, para validar o investimento com dados práticos, para mostrar o que representou de melhoria para a qualidade de ensino”, resume Lima.
“Há dez anos tentamos um projeto diferente de ensino de informática nas escolas. Para isso, contratamos professores especializados. Na prática, eles acabavam ficando isolados e os demais professores não se envolviam no processo. O ensino não era transversal”, lembra o secretário-adjunto de Educação do governo de Minas Gerais.
(Maria Eduarda Mattar, Guia das Cidades Digitais, 11/07/08)

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