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31/10/2007Terminal ganha uma biblioteca
31/10/2007A Jurerê de Niemeyer
Da coluna de Moacir Pereira (DC, 31/10/2007).
Com uma carta datada de 22 de abril de 1957, Oscar Niemeyer firmava, com Aderbal Ramos da Silva, o compromisso de conceber o projeto urbanístico de um loteamento da Imobiliária Jurerê, empresa dirigida pelo ex-governador e líder político catarinense. Tratava-se do Loteamento Praia do Forte, considerado o primeiro loteamento planejado da Capital.
“Conhecendo a encantadora natureza de que é dotada a Ilha de Santa Catarina e as reais possibilidades de que dispõe o seu Estado para transformar-se em ponto de atração turística, foi efetivamente com prazer que comprometi os meus serviços com essa empresa”, escreveu Niemeyer a Aderbal, colocando-se como “seu patrício, amigo e admirador certo”.
O projeto de Niemeyer ainda se impõe na atual Jurerê. O loteamento ocupa toda a área entre a Rodovia Maurício Sirotsky Sobrinho (SC-402) e a Rua das Algas. São 32 quadras, cortadas por alamedas com 15 metros de largura. O projeto original, numa área que ainda era rural, não previa as construções à beira-mar, que foram mais tarde erigidas. O projeto urbanístico produzido pelo arquiteto previa que jardins guarneceriam a orla.
Aproveitando a passagem do centenário de Niemeyer, que será comemorado em 15 de dezembro, e do cinqüentenário de seu projeto em Jurerê, moradores e admiradores do loteamento querem a autorização do poder público municipal – Câmara e Executivo – para o uso do nome figurativo “Jurerê Niemeyer” na identificação da área.
Também lutam para que seja oficializada pelo município a preservação e manutenção do loteamento como Área de Preservação Cultural (APC). Para isso, estão sendo distribuídos formulários para o recolhimento de assinaturas. Os abaixo-assinados podem ser entregues até o dia 5, segunda-feira, em quatro pontos, dois em Jurerê e dois no Centro da Capital. Segundo José Roberto Ramos Licati, um dos principais coordenadores da iniciativa, o objetivo é preservar o projeto, destacando, ainda, o fato de seu criador ser um dos maiores gênios da arquitetura mundial. Valorizar Niemeyer é, também, uma forma de ampliar ainda mais o interesse turístico pelo Jurerê.
Em todo o Estado, existiria apenas outro projeto seu, também na Capital: a sede do Lagoa Iate Clube (LIC), na Lagoa da Conceição.
1 Comentário
Olá, não quero causar algum desafeto, porém, estes moradores querem apenar gozar de ter o nome de Niemeyer, na área em que moram apenas para inflar vossos egos.
Pois apesar de o Loteamento ter sido idealizado pelo arquiteto, aliás naquela época ele ja era famoso, por ter ganhado o projeto para sede da ONU em Nova Yorque, creio que ele ficaria horrorizado se visse no que o Loteamento se transformou.
De seu projeto original acho que não existe nada. Nem as ruas que deveriam dar ao pedrestre segurança foram poupadas. Não existe mais o Restaurante, (Catetinho) nem os primeiros prédios que imitavam construnções de Brasília. Logo depois da contrução do Loteamento em 54, ele ficou a mingua e os antigos donos alguns deles da família Ramos, o venderam para um empresa gaúcha que foi a responsavel pela sua descaracterização, pois a implementação de algumas coisas vislumbradas por Niemeyer, deixariam o lote caro. Assim a Habitasul atual dona querendo ver retorno deixou na mão do poder público os investimentos necessários jogou o projeto original fora e conseguir a partir da década de 80 vender os lotes, que claro venderam como água, pois a partir de 70 Florianopolis ja tinha boa visualização de fora do Estado, graças ao que é chamado Turismo.
Com isso o Praia do Forte se tornou o simbolo da especulação imobiliária que a ilha viria enfrentar.