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Capital recicla só 7% do lixo

Enquanto 70% do lixo poderia ser reciclado, a Capital catarinense reaproveita apenas de 6% a 7% do total produzido mensalmente: uma média 12 mil toneladas.

A realidade é inaceitável, tendo em vista que a maior parte do território da Capital está na Ilha e o aterro sanitário de Biguaçu, onde é depositado o que é descartado pela população, tem apenas mais 15 anos de vida útil, segundo a Comcap.

Em contraponto à falta de consciência de parte da população que não separa o lixo, está a ação de uma Comissão nomeada para formular políticas públicas que promovam a coleta seletiva no município.

Os encontros estão acontecendo desde o dia 17 de setembro e o resultado dos estudos deve gerar uma proposta que será entregue ao Executivo até o dia 16 e novembro desse ano.

Normas para coleta e educação

No primeiro momento, serão estabelecidas normas para a coleta seletiva, normalmente explorada por famílias carentes. A intenção é delimitar a ação dos catadores, da Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital) e dos órgãos públicos.

Num segundo momento, será estudada a inserção da educação ambiental na grade curricular nas escolas, segundo o coordenador da Comissão, Ary Sérgio Dias, entre outras políticas para a promoção da conscientização da importância da reciclagem.

O chefe da divisão de reciclados da Comcap, Renato Rocha, comemora. ‘Nós precisamos de um norte’, enfatiza, lembrando que em 1983 – quando o serviço foi criado – Florianópolis era referência em coleta seletiva de lixo, e agora precisa recuperar o tempo perdido.

Números da Capital

– 406.546 habitantes

– 10,5 mil toneladas de lixo produzidos por mês

– 170 toneladas, do total, são reciclados

– 650 catadores na Capital – estimativa

– 150 catadores estão organizados em cooperativas de trabalhadores

Três bairro esquecidos

Cerca de 170 toneladas de lixo são coletadas mensalmente pela Comcap. O número é resultado do atendimento de 85% da população na porta de suas casas desde 1991. Antes, agentes coletavam o material reciclado em pontos estratégicos nas comunidades.

Mesmo com o avanço, Renato diz que muito precisa ser feito, já que os bairros Rio Vermelho, Tapera e Ribeirão da Ilha ainda não são atendidos. Além disso, ele ressalta que a conscientização é a palavra-chave. ‘Além do que já fizemos nas escolas, precisamos investir no quesito marketing’, observa, ressaltando que as empresas também devem estar conscientes.

Segundo ele, ainda são fabricados materiais com chumbo, como garrafas coloridas e plásticos metalizados, nocivos ao meio ambiente e não são recicláveis.

Trabalho alternativo

A falta de emprego aliada à abertura de um mercado de trabalho fez com que cerca de 650 pessoas passassem a fazer parte de um grupo denominado catadores de materiais recicláveis.

150 deles estão organizados em cooperativas, o que lhes garante uma remuneração mais digna, porque o produto é vendido diretamente para empresas de reciclagem, e não para ‘atravessadores’, como são chamados os detentores de prensas que organizam o material e vendem para empresas.

Elza de Fátima Cândido, 42 anos, é um dos trabalhadores que traz do lixo o sustento. Além de auxiliar na renda familiar, ela tem consciência de sua contribuição para com o meio ambiente. ‘A gente está limpando. Se não fosse a gente, no que iria virar?’, pergunta.

(Letícia Kapper, Notícias do Dia, 27/09/2007)

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