Inquérito não corre risco, diz juiz
13/06/2007
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Empresários não comparecem

Os dois empresários convidados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara da Capital não compareceram à sessão de ontem.

Paulo Cezar Maciel da Silva, sócio do Iguatemi Florianópolis, e Paulo Toniolo Júnior, um dos donos da revendedora de veículos DVA, enviaram nota ao presidente do Conselho justificando as ausências.

Maciel afirmou, por meio de advogados, que soube do convite da Câmara pela imprensa e que não compareceria por estar “viajando”. No texto, disse que sua presença era “totalmente dispensável”, já que não tem informação que possa contribuir para o julgamento dos vereadores Juarez Silveira (sem partido) e Marcílio Ávila (PMDB), ambos citados pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Moeda Verde.

A afirmação irritou os vereadores. Ângela Albino (PC do B) classificou a posição de Maciel de “desrespeito” e sugeriu “considerar verdadeiras todas as acusações (contra o empresário) como fato inconteste”.

O tucano Gean Loureiro disse que o depoimento de Maciel era de “grande interesse”, acrescentando que todas as comissões da Casa estão paradas, aguardando o fim dos trabalhos do Conselho. Não foi definida nova data para os depoimentos dos empresários.

Já Paulo Toniolo Júnior encaminhou justificativa na qual se exime de envolvimento em qualquer suposta irregularidade. Toniolo disse que “jamais foi solicitada ou obtida vantagem e/ou benefício ilícito através de qualquer pessoa que exerce cargo ou função pública”.

Hoje à tarde devem depor Renato Joceli de Souza, ex-secretário de Urbanismo e Serviços Públicos, e Jaime de Souza, procurador-geral do município.

Contraponto

O que diz o empresário Carlos Amastha
“Sempre tive um excelente relacionamento com o doutor Walmor (Alves Moreira, procurador-chefe do Ministério Público Federal). Fizemos mais de cem reuniões desde que a gente começou essa execução de sentença. Então, se alguém me disser que eu tenho um bom relacionamento, não é bom; é excelente. Um relacionamento de respeito.

Eu fui à procuradoria, no Ministério Público Federal. Eu sei os nomes das pessoas de tantas vezes que fui até lá, porque, durante todo esse tempo, cada vez que precisava fazer algum anexo, alguma alteração, eu era chamado lá, porque o Ipuf ou o Ibama queriam mais alguma coisa. O Marcelo (Ferreira) trabalhava como advogado no escritório do PKV, que era meu escritório de advocacia. E saiu de lá e passou a prestar serviço pra mim na ação que eu movia contra o Santa Mônica (shopping Iguatemi Florianópolis).

Infelizmente, ele foi convencido pelo Paulo Cezar (Maciel de Souza, sócio do shopping Iguatemi Florianópolis) e, no dia em que eu consegui parar a obra do shopping dele, ele (Marcelo) desistiu da ação em Porto Alegre. Eu consegui parar a obra do Paulo Cezar sem pagar nada a ninguém. Foi pela Justiça, e em meu nome, porque nunca botei Ufeco, nem terceiros, nem quartos. E o Marcelo desistiu da ação.

Ele (Paulo Cezar) está querendo desqualificar o trabalho da Polícia Federal. Quer dizer que não fui preso porque o doutor Walmor não quis me investigar. Mas não é o doutor que decide quem investiga. Ele tinha uma denúncia contra a Habitasul e a Polícia Federal fez uma investigação que levou a todo esse pessoal. Não levou a Carlos Amastha porque Carlos Amastha não é bandido.

O Paulo Cezar quer desqualificar o doutor Walmor porque, se desqualificar, ele não destrói o doutor Walmor, destrói a Operação Moeda Verde. Se o doutor Walmor for condenado, que estava de má-fé, todo o procedimento que foi feito pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal poderá ser questionado.

Não estou contando mentira porque tenho documentos. Cada vez que perguntarem alguma coisa tenho resposta e tenho a verdade para responder. Por que o doutor Marcelo desistiu da ação? E por que, agora, está dizendo uma barbaridade dessas. E por que ele não foi na Comissão de Ética? É a última vez que me explico. Consegui parar o shopping lá no tribunal, em Porte Alegre, com agravo regimental.

O desembargador decretou a suspensão da obra. Aí, no mesmo dia, às 10h, ele (Marcelo) apareceu em Porto Alegre com advogados do Paulo Cezar desistindo da ação. Aí viajou durante sete dias e desapareceu. Consegui a liminar, no mesmo dia Paulo Cezar chegou nele, convenceu ele. Não sei como o convenceu para que desistisse da ação. Durante uma semana se escondeu.
Depois apareceu chorando, dizendo: ‘Você não sabe o que aconteceu comigo’, insinuando que tinha sido ameaçado de morte e obrigaram ele a desistir.

Ele estava para casar e casou com a filha do (Newton Fernandes) Brüggemann, que era gerente de Patrimônio da União. Porque é evidente, todo mundo sabe, aquilo era área da União. Ele (Marcelo Ferreira) casou com a filha do Brüggemann dois meses depois desse evento que acabo de relatar.

A troco do que Marcelo vai inserir no depoimento uma conversa do doutor (Walmor) falando isso? É fantasia demais inventar uma história dessas. Desde que o Paulo Cezar comprou a área foi sempre multado pelo órgão ambiental, que na época não era o Ibama, por aterrar o mangue. Sempre foi mandado que desaterrasse e ele não desaterrava. A União disse que a área era dela.
Que credibilidade pode ter um profissional que desiste de uma ação do cliente? Já viu isso? Teu advogado desistir da tua ação? Era o objetivo da minha vida parar aquele shopping. No dia que eu consigo pará-lo, ele (Marcelo Ferreira) vai no mesmo dia e desiste da ação.

Quem me fez gastar R$ 4 milhões (se referindo a uma multa aplicada por Walmor Moreira e compensações ambientais) está de má-fé nesse processo? Se colocou o procurador como suspeito, acabou. Ele vai afirmar, ele e os outros 21, que é um processo viciado porque o procurador estava agindo de má-fé e acabou o processo.”

Contraponto

O que diz o procurador Walmor Alves Moreira
O procurador da República afirmou, por meio da assessoria de comunicação do MPF, que não comentaria o depoimento dado pelo advogado Marcelo Ramos Peregrino Ferreira à PF

Contraponto

O que diz o advogado Marcelo Ferreira
O advogado Marcelo Ramos Peregrino Ferreira confirmou o depoimento à delegada, mas disse que não comentaria seu teor porque o inquérito corre em segredo de Justiça. Afirmou apenas que “nunca” presenciou qualquer conduta ilegal ou imoral por parte do procurador Walmor Alves Moreira.

Contraponto

O que diz Newton Fernandes Brüggemann
Citado pelo empresário Carlos Amastha, o ex-gerente de Patrimônio da União, Newton Fernandes Brüggemann, procurado pela reportagem, ontem à noite, disse que não vai se manifestar antes de analisar o contexto das declarações pois não tem conhecimento do conteúdo e da forma em que foi citado.

(DC, 13/06/2007)

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