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Crise na prefeitura

Da coluna de Moacir Pereira (DC, 20/10/2006):

O tucano Dário Berger enfrenta a mais grave crise política desde que assumiu a prefeitura municipal de Florianópolis. O impasse registra-se no auge da campanha presidencial que ele coordena na microrregião e na véspera da visita de Geraldo Alckmin a Santa Catarina.

Quatro dos mais poderosos e prestigiados de seus secretários – Gean Loureiro (Continente), Filipe Mello (Administração), Rodolfo Pinto da Luz (Educação) e Ildo Rosa (Secretaria de Segurança e Defesa do Cidadão) – mais o subsecretário Paulo Freitas e o assessor especial Reinaldo Ax pediram demissão. O prefeito aceitou o requerido e pediu para que os demissionários permanecessem nos cargos.

O gabinete do prefeito silenciou sobre a crise. As informações que circulam na prefeitura contemplam múltiplas versões.

A primeira favorece o prefeito. Revela que Dário Berger vinha registrando queixas desde o início da campanha sobre pagamentos extraordinários feitos pelo secretário da Administração, Filipe Mello, e créditos irregulares de licenças e horas extras autorizados pelo secretário do Continente, Gean Loureiro. Os dois secretários têm poder para a liberação destes pagamentos ao funcionalismo, sem prévio aval do prefeito.
Esquecido

Dias depois da eleição, Dário Berger pediu relatórios a Filipe Mello, negando-se a autorizar folhas suplementares cujo conteúdo ignorava. A negativa gerou desconforto, abrindo a hipótese de que Mello viesse a ser substituído. Loureiro, avalista de Mello nas operações questionadas, ficou solidário com ele e articulou a reação coletiva.

Somou-se ao episódio uma delicada questão eleitoral. Mello, Loureiro, mais Rodolfo Pinto da Luz e Ildo Rosa, formaram o grupo que, na prefeitura, apoiou a reeleição de Jorginho Mello, pai de Filipe. Djalma Berger, irmão do prefeito e candidato à Câmara Federal, sentiu-se abandonado pelo quarteto. Sua votação no Continente, onde Dário Berger tem bons índices de aprovação, foi considerada insatisfatória. A suspeita de saída de Mello provocou a união do quarteto, que buscou a demissão solidária de inspiração maçônica para impor-se junto ao prefeito. Berger não aceitou a cartada e impôs seu jogo. A tumultuada audiência na Câmara Municipal, provocada por Gean Loureiro, precipitou tudo.

A versão dos demitidos é outra. O delegado Ildo Rosa queixa-se amargamente de comandar uma secretaria emperrada. E de entraves para apurar corrupção detectada na Zona Azul e na Coordenadoria de Infrações de Trânsito. Nesta, só em agosto, as notificações somaram R$ 380 mil, dinheiro que não era cobrado por estranha anulação de infrações de trânsito. O grupo atribui a Marcos Vieira a causa da crise, debitando-lhe a intenção de mudar secretários. O deputado eleito repele a versão, dizendo que nos últimos meses cuidou apenas de sua campanha.

O prefeito dedicou o dia para debelar o incêndio. Só abriu espaço na agenda à noite, para uma reunião de mobilização pró-Alckmin.

O PMDB teme que a crise possa prejudicar a campanha de Luiz Henrique em Florianópolis.

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