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Partes altas da Costeira ficaram dias sem água

Após 11 dias sem uma gota de água nas torneiras de sua casa, na servidão Antonio Botelho Santos, Costeira do Pirajubaé, na Capital, Gil Darlan Goulart começou a escutar o barulho peculiar da entrada do líquido na caixa no último domingo à noite. Aliviado, buscou um copo e ao enchê-lo percebeu que a água estava turva. “Mesmo assim, é melhor do que nada, mas não dá para beber”, lamentou.

Cliente da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Goulart conta que nos dias de seca tomava banho na casa da mãe dele, no Pântano do Sul, e mandava lavar as roupas em uma lavanderia no Saco dos Limões, além de comprar água para consumo. “É muito difícil contabilizar tanto prejuízo”, reclamou. O morador teme o desabastecimento para os próximos dias. “Enquanto não acabar a seca a água será fornecida de forma irregular”, acredita.

Se a situação de Goulart é complicada, para o vizinho dele Dilson Fábio Sumar, que mora cerca de 100 metros acima, o drama é bem maior. “Já pedi a ligação da Casan há mais de um ano. Estou sem água há 20 dias porque o poço de captação está seco. A chuva do fim de semana deu uma pequena aliviada”, declarou. Sumar lembra que os problemas que vêm sendo registrados nos períodos de seca têm origem na devastação ambiental. Ele mostra o local, ao lado de sua casa, onde havia uma cachoeira que secou totalmente. ” Moro aqui há 15 anos, a água de meu poço era tanta que dava para abastecer até 50 famílias”, afirmou.

O morador disse que a plantação de eucaliptos no alto do morro acabou com o lençol freático na região. “É impressionante como os órgãos ambientais não tomam qualquer providência”, reclamou. Sumar argumenta que historicamente o inverno é seco em Florianópolis, mas nunca faltava água. “O desmatamento e o cultivo de plantas não nativas ainda vai causar muito problema”, avaliou.

Vizinhos procuram se ajudar

Para Aldo Luiz Livramento, morador da rua João Câncio Jacks, mais abaixo, não chegou a faltar água porque ele é precavido. “Tenho duas caixas de mil litros em cima da laje. Na semana passada não entrou um fio de água da Casan”, afirmou. Mas o filho dele, morador da servidão Carioca do Rio, que fica próxima, está sem água em casa há 15 dias. “Ele e a família tomam banho aqui e pegam água em vasilhames de plástico cerca de 20 vezes por dia”, revelou, lembrando o desconforto para quem fica nesta situação.

Além da destruição da natureza, Aldo acredita que muitas pessoas desperdiçam água. “Falta conscientização na maioria da população e também há descaso dos órgãos públicos. Quero ver como será no futuro”, questionou.

A assessoria de imprensa da Casan informou que na semana passada foi instalado uma bomba transmissora na Costeira para abastecer 15 famílias que estavam sem água em função da estiagem. Ainda segundo a assessoria, o sistema está sob controle por conta das chuvas de sábado e domingo, mas a empresa reconhece que se a seca perdurar podem surgir novos focos de problema em áreas altas, incompatíveis com a distribuição de água, como o Morro da Cruz, Morro do Horácio, Jardim Atlântico, Serraria e Jardim Dona Adélia. Para regularizar a situação é preciso que chova regularmente. “As últimas precipitações recuperaram bem o Manancial de Pilões e as pequenas represas de apoio, mas é preciso chuvas pontuais para manter os níveis estáveis”, explicou o assessor Carlos Neto.
(Gisa Frantz, A Notícia, 18/07/2006)

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